Brincar pode ser muito mais do
que diversão para uma criança, pois é na brincadeira que ela vai se dando conta
do mundo a sua volta, constrói sua realidade e vivencia novas experiências.
Como afirma Friedmann, sua importância se revela no ato de imaginar, criar e
reproduzir o cotidiano, compreendendo melhor a realidade. Além de explorar e
conhecer o espaço, ela também cria significados para essas novas experiências.
O brincar é uma maneira natural de aprender e conhecer, assim como um filhote
de tigre brinca para desenvolver suas habilidades de caça e defesa.
As brincadeiras servem como instrumento
de estruturação do indivíduo. Trabalham várias capacidades como percepção e
desenvolvimento motor, equilíbrio e orientação espacial. Além de ajudar no
desenvolvimento das capacidades pessoais da garotada, as brincadeiras estimulam
o convívio no grupo social em que participa.
Podemos fundamentar a brincadeira
em aspectos como:
Afetivos, é através das
brincadeiras que iniciamos nossos vínculos de afeto;
Sociais, aprendemos a reconhecer
regras e segui-las;
Cognitiva, aprendemos a
identificar e resolver estruturas de problemas, desenvolvendo o intelecto.
No início do século passado, não havia
muitas opções de brinquedos industrializados, dessa forma, as crianças tinham
que usar a criatividade para criar brinquedos e se divertirem.
Hoje em dia, devido aos
brinquedos mais voltados para a tecnologia, que privilegiam o uso da capacidade
cognitiva e menos esforço físico, o estímulo e desenvolvimento das atividades
motoras e sociais são colocados em segundo plano. Espantosamente, as
instituições escolares, estão cada vez mais focando nas atividades puramente
intelectuais, ao invés de equilibrar com as atividades lúdicas. Já no ambiente
familiar, o medo da violência, faz com que os pais limitem as brincadeiras em
espaços abertos e mais sociais, o que não permite que as crianças tenham um
desenvolvimento motor satisfatório.
Se você quer que seus filhos
retomem as brincadeiras do passado, nada melhor do que separar algum tempo e
ensinar a eles que para brincar não é preciso gastar. Uma boa opção é ensinar
as brincadeiras que você mais gostava. Que tal peão, carrinho de rolimã,
bolinha de gude, roda, queimado?!
FRIDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender; resgate do jogo infantil. São Paulo:
Moderna, 1996.
VIGOTSKY, L. S. A
formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos
superiores. 2. Ed. Porto Alegre: Martins fontes, 1988.
BEE, Helen. A
criança em desenvolvimento. Porto Alegre: Artimed, 2003.
PIAGET, Jean. A
representação do mundo na criança. Rio de Janeiro: Record, 1926.
WINNICOTT, D. W. A criança e o seu mundo. 6. Ed. Rio de Janeiro:ltc, 1982.
Um comentário:
Olá Fernanda!
Texto excelente com bons esclarecimentos e quem sabe as nossas futuras crianças saibam mais sobre o valor da brincadeira real e não somente virtual.
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