19/04/2013

O que significa brincar?



Brincar pode ser muito mais do que diversão para uma criança, pois é na brincadeira que ela vai se dando conta do mundo a sua volta, constrói sua realidade e vivencia novas experiências. Como afirma Friedmann, sua importância se revela no ato de imaginar, criar e reproduzir o cotidiano, compreendendo melhor a realidade. Além de explorar e conhecer o espaço, ela também cria significados para essas novas experiências. O brincar é uma maneira natural de aprender e conhecer, assim como um filhote de tigre brinca para desenvolver suas habilidades de caça e defesa.
As brincadeiras servem como instrumento de estruturação do indivíduo. Trabalham várias capacidades como percepção e desenvolvimento motor, equilíbrio e orientação espacial. Além de ajudar no desenvolvimento das capacidades pessoais da garotada, as brincadeiras estimulam o convívio no grupo social em que participa.
Podemos fundamentar a brincadeira em aspectos como:
Afetivos, é através das brincadeiras que iniciamos nossos vínculos de afeto;
Sociais, aprendemos a reconhecer regras e segui-las;
Cognitiva, aprendemos a identificar e resolver estruturas de problemas, desenvolvendo o intelecto.
No início do século passado, não havia muitas opções de brinquedos industrializados, dessa forma, as crianças tinham que usar a criatividade para criar brinquedos e se divertirem.
Hoje em dia, devido aos brinquedos mais voltados para a tecnologia, que privilegiam o uso da capacidade cognitiva e menos esforço físico, o estímulo e desenvolvimento das atividades motoras e sociais são colocados em segundo plano. Espantosamente, as instituições escolares, estão cada vez mais focando nas atividades puramente intelectuais, ao invés de equilibrar com as atividades lúdicas. Já no ambiente familiar, o medo da violência, faz com que os pais limitem as brincadeiras em espaços abertos e mais sociais, o que não permite que as crianças tenham um desenvolvimento motor satisfatório.
Se você quer que seus filhos retomem as brincadeiras do passado, nada melhor do que separar algum tempo e ensinar a eles que para brincar não é preciso gastar. Uma boa opção é ensinar as brincadeiras que você mais gostava. Que tal peão, carrinho de rolimã, bolinha de gude, roda, queimado?! 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRIDMANN, Adriana. Brincar: crescer e aprender; resgate do jogo infantil. São Paulo: Moderna, 1996.
VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 2. Ed. Porto Alegre: Martins fontes, 1988.
BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. Porto Alegre: Artimed, 2003.
PIAGET, Jean. A representação do mundo na criança. Rio de Janeiro: Record, 1926.
WINNICOTT, D. W. A criança e o seu mundo. 6. Ed. Rio de Janeiro:ltc, 1982.

Um comentário:

Psicóloga Fantoma Fernandes disse...

Olá Fernanda!
Texto excelente com bons esclarecimentos e quem sabe as nossas futuras crianças saibam mais sobre o valor da brincadeira real e não somente virtual.